Itaú fecha 21 agências na Grande BH e demite milhares de trabalhadores, denuncia funcionário

O banco Itaú fechou 21 agências físicas em Belo Horizonte e região em 18 meses, considerando o ano de 2023 e os primeiros seis meses de 2024. Os números são do Sindicato dos Bancários de BH e Região, que aponta ainda 3.292 postos de trabalho perdidos, 1.342 deles nos últimos três meses. Ainda conforme o sindicato, agências BH Praça São Vicente, BH Lourdes e Betim serão fechadas em julho.

Ramon Peres é presidente do sindicato dos bancários e supervisor operacional do próprio Itaú. Ele diz que o fechamento impacta negativamente no atendimento aos clientes. “É inaceitável que inúmeros bairros de Belo Horizonte já não contem com qualquer unidade bancária para prestar serviço à população. Nas agências que sobram, o cenário é de superlotação, longas filas e demora no atendimento”, disse.

O bancário ressalta ainda que não há justificativa real para os fechamentos, já que o banco privado registrou lucro de R$ 35 bilhões em 2023, 15,7% a mais em relação a 2022.

“Os bancos estão justificando que esses fechamentos de agências estão acontecendo por conta do crescimento das cooperativas, dos bancos virtuais, das fintechs, que têm regime tributário diferente dos bancos selecionais. Eles argumentam que isso tem feito que eles percam lucratividade e eles estão reduzindo o custo operacional. Mas não é a realidade, visto que no último ano os cinco maiores bancos que atuam no Brasil tiveram R$ 100 bilhões de lucro, com aumento de 5% em relação ao ano anterior. Então, é uma inverdade o que os bancos argumentam sobre os fechamentos de agências”, disse.

O sindicato informa ainda que 180 agências foram fechadas no Brasil no ano passado. Ramon ressalta que, apesar de o banco atestar que as funcionárias e funcionários das agências encerradas são realocados para outras unidades, as demissões continuam acontecendo, impulsionadas justamente pelos fechamentos.

Clientes

Clientes ouvidos pela Itatiaia reclamam dos fechamentos. “Fecharam três agências na região onde moro. Agora, para sacar algum valor , preciso ficar procurando. Outro problema é o aplicativo, que muda quase semanalmente e quase sempre apresenta problema”, disse um cliente que mora na região Leste de BH e pediu para não ser identificado.

Uma correntista, que também não será identificada, pensa em mudar de banco. “Já que não vai ter agência física, estou pensando em mudar para um banco virtual, que não cobra taxa de manutenção”.

Fonte: Rádio Itatiaia