Preso por estupros em série em BH já foi condenado por abusar até de tia; crimes seguiam mesmo padrão

Ronaldo Nobre dos Santos, conhecido como “Coxinha” ou “Maníaco da Zona Oeste”, preso por suspeita de estuprar ao menos cinco mulheres em Belo Horizonte, já foi condenado pelo estupro da própria tia, crime praticado em 2002. Ele foi julgado e condenado, em 2006, pelo crime.

A tia do criminoso morreu em 2016, mas uma irmã da vítima (outra tia de Ronaldo) conversou com a reportagem obre como o crime impactou a família.

“Ele pulou a janela da casa porque ela morava sozinha, entrou e fez isso. Aí depois, quando os meus irmãos ficaram sabendo, eles levaram ela para o hospital e ela contou que era ele [Ronaldo]. Nós que criamos, mas depois ele começou a ir para o caminho do mal. A gente abandonou ele, largou para lá, porque ele não ouvia o conselho da gente. Ele é filho da minha irmã, mas foi criado aqui desde que nasceu porque ela trabalhou a vida toda para sustentar eles. Minha mãe (avó de Ronaldo) gostava muito dele”, contou.

Após o crime, a irmã da vítima conta que ‘Coxinha’ não apareceu mais. “Ela [a tia estuprada por Ronaldo] nunca comentou sobre o crime. Ela seguiu a vida dela em frente, mas ele nunca mais apareceu aqui. Ele não pertence mais a família. Tem quase 20 anos que ele não aparece aqui. Então, nós temos que seguir em frente”, finaliza.

‘Coxinha’ é investigado por estupros em série

Além do estupro da tia, ‘Coxinha’ também foi condenado por homicídio, dois roubos, dois furtos e uma ameaça. Juntas, as penas somavam mais de 17 anos de prisão. Ele cumpriu cerca de 80% da condenação (o equivalente a 13 anos e nove meses) e havia conseguido a progressão do regime para o semiaberto. Em 2018, ao ser beneficiado com a saidinha temporária, ele não retornou mais e era considerado foragido.

Além dos crimes pelos quais ele já foi condenado, Ronaldo é suspeito de ter cometidos outros delitos após sair da prisão em 2018. Ele é investigado por quatro estupros em série, todos cometidos na região Oeste de BH, e um estupro seguido de homicídio, crime praticado no bairro Betânia.

Criminoso invadia a residência das vítimas para cometer os abusos

Em entrevista a delegada Larissa Mascotte, que lidera a investigação de três estupros, afirmou que o homem tinha um modus operandi: ele costumava pular a janela, muro ou portão das casas das vítimas para atacá-las.

Até mesmo o estupro da própria tia, em 2002, foi cometido da mesma forma. “A gente pode dizer que ele seguia o mesmo padrão. Em um dos casos, a vítima de 22 anos morava sozinha com a mãe, que trabalhava a noite. Ele pulou o muro, por volta das 2h da manhã, e invadiu a casa. A menina estava sozinha e foi atacada por ele. Depois de estuprá-la, ele cortou o pescoço dela e a amarrou”, detalha a delegada.

Ainda segundo Mascotte, as vítimas de ‘Coxinha’ tinham entre 22 e 74 anos. Além de estuprá-las e roubá-las, o criminoso ainda tentou matar duas delas: uma teve o corpo todo cortado, enquanto a outra teve um corte no pescoço. Ronaldo também é investigado por um estupro seguido de homicídio, crime praticado no bairro Betânia, em Belo Horizonte.

Ainda de acordo com a delegada, exames de DNA confirmaram que Ronaldo é o autor dos estupros pelos quais ele é investigado. Em razão da descoberta, a Polícia Civil pediu a Justiça que emitisse um mandado de prisão em junho deste ano.

Como ‘Coxinha’ era usuário de drogas, estava em situação de rua e tinha vínculos familiares rompidos, os investigadores tiveram dificuldade para encontrá-lo.

Fonte: Rádio Itatiaia