“Pé de pano assassino”: Mulher e amante são condenados por morte de homem em BH
Uma mulher de 43 anos e o amante dela, de 46 anos, foram condenados no final da noite dessa quinta-feira (8 de maio) pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte. Eles respondiam sobre a morte de um homem no bairro Ribeiro de Abreu, na região Nordeste de Belo Horizonte, em junho de 2021.
Conforme a denúncia do Ministério Público, o crime foi entre a tarde de 14 de junho e a madrugada de 15 de junho de 2021 na residência da vítima. O MP sustenta que a esposa da vítima teria deixado uma janela aberta para facilitar a entrada do cúmplice, que surpreendeu a vítima enquanto ela dormia com um golpe na cabeça, causando morte imediata. O crime teria sido motivado por interesses financeiros, já que a esposa e o amante buscavam se apropriar dos bens e direitos de herança do falecido.
Após o assassinato, os acusados teriam tentado ocultar os vestígios, limpando a cena do crime com água, sabão e cloro, queimando o colchão e cortinas manchados de sangue, e pintando as paredes para dificultar as investigações. O corpo da vítima foi removido e incinerado em uma área de mata próxima à rua Recife, em Santa Luzia. Além disso, a esposa do falecido registrou um falso boletim de desaparecimento e ajuizou, em 2023, uma ação de declaração de ausência para tomar posse dos bens do marido, configurando o crime de falsidade ideológica.
As investigações apontaram, que o casal de amantes mantinha uma relação extraconjugal há meses, aproveitando-se das longas jornadas de trabalho da vítima. No julgamento, os amantes deram versões diferentes para o crime. O homem alegou que foi chamado pela mulher na casa dela e, chegando lá, já encontrou a vítima morta. Ele alega que a mulher não explicou como ocorreu a morte e quem matou, mas assumiu que ajudou a ocultar o cadáver.
O acusado afirmou que “se interessou pela ex-mulher da vítima depois que ela já estava separada”, que não tinha desavença com o homem e não tinha motivo para matá-lo, embora ele demonstrasse ser ciumento e a ex-mulher relatasse ter medo da vítima. Na versão dele, a confissão do crime ocorreu por coação, mas que só participou realmente da ocultação de cadáver.
Já a mulher alega que foi casada com a vítima e que o ex era muito violento com ela em casa, embora fizesse questão de fingir que tinha um relacionamento perfeito, em especial para a família dele. No dia do crime, ela alegou que já encontrou o ex-marido morto no quarto da casa e o amante a pediu para não chamar a polícia. Segundo a mulher, o amante ainda a pediu para limpar o sangue na cena do crime. Ela argumentou que o amante ocultou sozinho o cadáver enquanto ela limpava a casa.
O homem foi condenado a 14 anos e 6 meses de prisão em regime inicialmente fechado pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Já a mulher foi condenada a 17 anos pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e ainda falsidade ideológica. Eles não poderão recorrer em liberdade e foram encaminhados para a prisão.
Fonte: O Tempo