PM prende integrantes de ‘gangue da correntinha’ que atacava pedestres na orla da Pampulha, em BH

Spread the love

Um grupo suspeitos de integrarem a “gangue da correntinha”, que atacava pedestres na orla da Lagoa da Pampulha, no bairro Bandeirantes, foram presos durante operações da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) nos últimos sábados (22) e domingo (23 de fevereiro). Ao todo, sete suspeitos, com idades entre 18 e 41 anos, foram detidos. Duas correntinhas de ouro foram recuperadas pelos militares.

Segundo a Polícia Militar, na primeira ocorrência, uma guarnição fazia patrulhamento na região da Pampulha, na tarde de sábado (22), quando recebeu o pedido de socorro de um pedestre. A vítima afirmou ter sido abordada por dois homens em uma moto, que anunciaram um assalto. Entretanto, a dupla fugiu sem levar nada ao notar a presença dos policiais.

No mesmo momento, a PM recebeu um segundo chamado de apoio aos agentes que faziam a guarda da residência do governador de Minas, Romeu Zema (Novo). Conforme os agentes, um policial civil havia procurado ajuda da guarda. Ele afirmou ter sido alvo de roubo enquanto praticava atividades físicas na orla da Pampulha. A vítima teve uma correntinha de ouro arrancada e levada por três suspeitos.

Durante a ocorrência, moradores do bairro Bandeirantes apresentaram imagens de segurança que mostravam os suspeitos e outros integrantes da quadrilha chegando ao local em um Onix branco. Os vídeos também mostravam que o motorista fugiu do local, deixando o trio para trás após a ação criminosa.

A PM iniciou buscas e localizou três jovens, de 18, 21 e 22 anos, que foram reconhecidos pelas vítimas. Com o trio, os militares encontraram duas correntinhas de ouro e um carregador de celular. Os suspeitos foram presos em flagrante e encaminhados para a delegacia da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

Novas prisões

A segunda ocorrência foi registrada na tarde de domingo (23). Os militares faziam patrulhamento quando foram acionados por moradores do bairro Bandeirantes. Os denunciantes relataram que o sistema de monitoramento do bairro havia flagrado o Onix branco chegando à orla da Pampulha.

A PM iniciou rastreamento e conseguiu abordar o veículo, onde estavam quatro suspeitos, de 24, 25, 26 e 41 anos. No automóvel, os policiais apreenderam duas armas de fogo. Ao ser questionado, o motorista tentou se passar por motorista de aplicativo. Entretanto, acabou revelando a participação no esquema.

O homem relatou estar passando por problemas financeiros e devendo a agiotas, situação que o levou a aceitar participar do crime atuando como motorista, responsável por “dar fuga” para os suspeitos.

O grupo foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia. Os suspeitos presos nas duas ocorrências já tinham passagens por crimes anteriores, como roubo e furto, segundo a PMMG. O caso será investigado.

Moradores relatam insegurança

A presidente da Associação Pró-Interesse do Bairro Bandeirantes (APIB), Adrienne Arantes Moore, conta que são frequentes os relatos de moradores do bairro e de outras regiões da cidade sobre a atuação da “gangue da correntinha”. Segundo ela, as pessoas temem que o crime, já conhecido em São Paulo, possa estar se espalhando para a capital mineira.

“É uma nova modalidade de crime, que começou em São Paulo e está se espalhando. Parece que a moda pegou aqui em BH. Vários relatos de amigos que moram em Lourdes, na Praça Marília de Dirceu e no Belvedere apontam a mesma situação. O cara se esconde com facilidade e a polícia não consegue rastrear. Em segundos, eles vão ao centro e fazem dinheiro com a venda de ouro ilegal”, lamenta.

A representante dos moradores pede que a população ajude denunciando os casos. “Muitas vítimas não registram boletim de ocorrência, o que complica o rastreamento da PM. Por isso, é importante denunciar para que a PM consiga prender esses assaltantes. É muito triste: você vai fazer atividade física e se depara com o cara que tira sua paz”, lamenta.

O comerciante Jackson Gabriel Soares, 18 anos, mora na região da Pampulha e diz andar sempre vigilante na localidade. Ele conta que diversos familiares já foram furtados na região. “Meu pai já foi furtado. Para não me tornar uma vítima, escolho os melhores horários para transitar pela orla, por exemplo, e não ando com nenhum objeto que chame a atenção, como correntinhas”, destacou

Já a empregada doméstica Lucimar Sodré, 58 anos, mora na Vila Bispo de Maura, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, e trabalha na região da Pampulha. Ela percorre, todos os dias, ruas e avenidas desertas da localidade. Lucimar conta que escuta, vez ou outra, reclamações sobre furtos e roubos no turno da noite.

“Me sinto aliviada em trabalhar durante o dia, das 7h às 16h. Nesse horário, as ruas estão vazias, mas nunca fui assaltada. Mesmo assim, não dou sorte para o azar; ando sempre com a minha bolsa virada para frente”, ponderou a empregada doméstica.

Com informações do jornal O Tempo