Quase 600 muçulmanos morrem de calor em peregrinação; temperatura chegou aos 51,8 °C

Ao menos 600 egípcios morreram durante a peregrinação do hajj em Meca. Chamada de hajj, a peregrinação acontece sob temperaturas extremas. As informações são de informes de diplomatas na Arábia Saudita. A peregrinação começou na última sexta-feira (14).

“Todas as mortes (recém-confirmadas) ocorreram devido ao calor”, disse o diplomata, após autoridades árabes informarem anteriormente um balanço de ao menos 323 mortos egípcios.

Dados reunidos pela agência de notícias AFP, dentre as vítimas, estão peregrinos do Egito, Tunísia, Indonésia, Irã, Senegal e Jordânia. Ao menos 323 falecidos são egípcios, que morreram por doenças provocadas pelo calor, exceto um que faleceu por conta de feridas sofridas em uma dispersão desordenada de uma multidão, afirmou um dos diplomatas.

O balanço disponibilizado é do necrotério do hospital de bairro Al Muaisem da cidade saudita. A TV estatal saudita informou que as temperaturas, previstas para chegarem a até 48 °C, subiram na segunda (17), chegando a 51,8 °C na sombra na Grande Mesquita em Meca.

O resumo não informa se as mortes aconteceram depois do início oficial do hajj, na última sexta (14), ou se já tinham sido registrados falecimentos antes, entre os peregrinos que chegaram com antecedência ao local. Também foram registradas as mortes de 60 pessoas da Jordânia, de acordo com os diplomatas.

Na peregrinação do ano passado, morreram ao menos 240 peregrinos, em sua maioria cidadãos da Indonésia.

Peregrinação à Meca

O hajj é um dos cinco pilares do islã e os muçulmanos que podem devem fazê-lo pelo menos uma vez em sua vida. É uma fonte de prestígio e legitimidade para a Arábia Saudita, cujo rei leva o título de “Guardião das duas mesquitas sagradas” de Meca e Medina.

Neste ano, o hajj atraiu cerca de 1,8 milhão de peregrinos, incluindo 1,6 milhão do exterior, segundo as autoridades sauditas.

Hajj é uma das maiores reuniões religiosas do mundo

Reprodução/ Redes sociais

Os vistos para Meca são autorizados pela Arábia Saudita seguindo um sistema de cotas por país. Muitos muçulmanos, carentes de meios para obtê-los, conseguem chegar ao local, mas não tem acesso às instalações climatizadas para atenuar os efeitos do calor.

Fonte: Rádio Itatiaia