Selvageria na Arena MRV: bombas, depredações e arremesso de objetos no gramado poderá custar caro ao “Galo Mineiro”

As cenas de selvageria protagonizadas por parte da torcida do Atlético na Arena MRV domingo (10), durante a final da Copa do Brasil contra o Flamengo, rodaram o mundo. No enredo, bombas no gramado, depredação, brigas e até mesmo acusação de injúria racial. E o clube pode acabar pagando caro por este ‘pacote de horrores’.

Nas próximas horas, em função dos incidentes registrados em seu estádio, o Atlético será denunciado pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). E corre risco até mesmo de ter a Arena MRV interditada. De acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), para casos como estes, são várias as punições cabíveis.

Em aspectos pecuniários, o clube pode ser punido com multa que varia de R$ 100 a R$ 100 mil. Entretanto, os maiores riscos são mesmo os do âmbito desportivo. Entre as possíveis penalidades estão a perda de um a dez mandos de campo do clube em que ocorreram os atos de violência e até mesmo uma interdição do estádio até que o caso seja julgado.

O documento oficial da partida também relata as tentativas de invasão por parte de torcedores do Atlético, que tiveram que ser reprimidas pelas autoridades policiais com a utilização de gás de pimenta. Em função dos incidentes, desencadeados logo após o Flamengo marcar seu gol, já na reta final da partida, o jogo teve que ser paralisado pela arbitragem.

Todos os incidentes ocorridos na Arena MRV foram citados em súmula pelo árbitro da partida, Raphael Clauss. O juiz detalhou desde a utilização de um laser por parte de torcedores, na tentativa de atrapalhar a visão do goleiro Rossi, do Flamengo, além de arremessos de copos e outros objetos no gramado de jogo.
Na súmula também constam as bombas jogadas em campo. Uma delas acabou atingindo o repórter fotográfio Nuremberg José Maria, de 67 anos, que sofreu três fraturas e lesão nos tendões e teve que ser operado.

O documento oficial da partida também relata as tentativas de invasão por parte de torcedores do Atlético, que tiveram que ser reprimidas pelas autoridades policiais com a utilização de gás de pimenta.

Em função dos incidentes, desencadeados logo após o Flamengo marcar seu gol, já na reta final da partida, o jogo teve que ser paralisado pela arbitragem.

Depois, ao final da partida, ainda houve outros episódios de brigas entre a torcida do próprio Atlético. Em um destes casos, um torcedor alvinegro, que estava em um dos camarotes da Arena MRV, foi flagrado fazendo um possível gesto racista em direção a um torcedor que estava no setor inferior do estádio. 

De acordo com as normas em vigor, o clube mandante é responsável por garantir a segurança da prática esportiva em seu estádio

Investigação já aberta

A Polícia Civil já abriu investigações para apurar todos os incidentes ocorridos na Arena MRV. No primeiro balanço divulgado pela instituição, mais de uma dúzia de ocorrências já haviam sido registradas, envolvendo cidadãos com idades entre 20 e 53 anos.

Entre os crimes que estão sendo investigados estão vias de fato/agressão, desacato, ameaça, provocação de tumulto, injúria racial, furto e utilização de artefato explosivo.

Casos anteriores

As cenas lamentáveis deste domingo (10) não foram as primeiras na Arena MRV. Desde que o estádio alvinegro foi inaugurado em outubro de 2023, outros episódios de violência e depredação também já foram registrados.

Em 22 de Outubro de 2023, durante o clássico com o Cruzeiro, pelo Brasileirão, o Atlético afirmou ter tido um prejuízo de cerca de R$ 150 mil em função de danos causados pela torcida celeste no estádio.

Naquela ocasião, de acordo com o clube, 280 cadeiras foram quebradas, Sete catracas totalmente danificadas e quatro parcialmente, uma câmera de monitoramento destruída, um vaso sanitário e um alarme de banheiro quebrados.

Já neste ano, no dia 30 de abril, durante a partida contra o Sport, pela terceira fase da Copa do Brasil, também ocorreu uma confusão envolvendo integrantes de uma Organizada do Sport após um torcedor do Atlético tentar roubar uma bandeira da equipe pernambucana. 

Além de entrarem em confronto com policiais militares, torcedores do Sport também acabaram depredando os banheiros do setor visitante da Arena MRV. Na ocasião, o Atlético não chegou a lista o valor do prejuízo causado.

Já no dia 25 de setembro de 2024, no duelo com o Fluminense, pelas quartas de final da Libertadores, o Atlético voltou a ter mais prejuízos após a torcida visitante depredar as catracas dos Portões 19 e 20. Também foram danificadas câmeras de segurança. Na ocasião, o clube acionou a Conmebol para solicitar providências.

Neste domingo (10), foi a primeira vez em que os danos à Arena MRV foram provocados por parte da própria torcida alvinegra, que danificou cadeiras e catracas do estádio. 

Fonte: O Tempo