Polícia prende criminoso que praticou ofensas racistas em vídeo que viralizou em todo país

 Polícia Militar prendeu nesta quarta-feira (23 de outubro) Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos, que gravou um vídeo racista que repercutiu no último fim de semana. A corporação não detalhou o local da prisão e como o homem foi localizado. Mais detalhes serão divulgados em uma coletiva no começo da tarde.

Alessandro Oliveira era considerado foragido após não voltar para o sistema prisional. Ele tem 66 registros policiais como autor e já passou quatro vezes pelo sistema prisional. Na última vez, ele recebeu benefício da saída temporária, mas não voltou e passou a ser considerado foragido. 

Entre os registros policiais de Alessandro Oliveira estão ocorrências de ameaça, violação de domicílio, agressão, várias de estelionato, difamação, entre outras. O homem é natural de Governador Valadares, local da maioria das ocorrências. Ele ficou preso por menos de um mês entre julho e agosto de 2017, voltou a ser preso em janeiro de 2018 até 2019, depois ficou preso por um dia em setembro de 2022, antes de voltar a ser preso em 22 de setembro de 2022 até março deste ano.

No dia 26 de março, segundo a Sejusp, o homem teve benefício de saída temporária concedido pela Justiça e não retornou no prazo determinado, sendo registrado como fuga por abuso de confiança. Ele possui mandado de prisão em aberto.

Investigação do MP

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acionou a Polícia Civil, durante o fim de semana, para apurar crime de racismo após o vídeo do funcionário de um bar de Belo Horizonte viralizar nas redes sociais. Na gravação, ele diz que “preto tem que entrar no chicote” e “tem que tomar água do vaso”, além de criticar a Lei Áurea, que acabou com a escravidão no Brasil em 1888.

O vídeo foi publicado nas redes sociais dele na última sexta-feira (18 de outubro). “Essa notícia desse crime grave, em tese praticado por esse homem, chegou ao nosso conhecimento através de movimentos sociais. Embora eu não estivesse de plantão, eu instaurei procedimento de notícia de fato na coordenadoria e já pedi providência à Decrin (Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência) e à promotoria de Justiça de Direitos Humanos”, afirmou Allender Barreto Lima, promotor de Justiça e coordenador de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação (CCRAD) do MPMG.

Veja o vídeo

No vídeo, o homem chama a Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea para acabar com a escravidão no Brasil, de “maldita”, além de outras falas racistas. “É, rapaz. Trabalhar em bar não é fácil, não. Tem que aturar cada uma! Maldita Princesa Isabel, que assinou aquela Lei Áurea para acabar com a escravidão. Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo, tem conversa não. Vê se preto tem razão pra reclamar de copo. Tem que tomar água do vaso essa desgraça. Falar para você, viu? Eu tinha que ter vivido na época dos barões, cortar essa raça toda no chicote, amarrar no tronco e chicote estalando no lombo. Amarrar na caixa de ferro e deixar o dia todo no sol esses demônios. Falar para você, viu? Tenho que aturar macaco aqui me enchendo o saco”, diz ele.

Com informações do O Tempo