Criminosos ateiam fogo em ônibus na RMBH em retaliação a supostos maus tratos em Unidade Prisional
Um ônibus da linha 119, com itinerário bairro Veneza / Apoio mineiro, foi incendiado na madrugada desta sexta-feira (31 de janeiro), no bairro San Genaro, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. Uma carta foi entregue ao motorista com reclamações sobre o atendimento em uma unidade do sistema prisional de Minas Gerais.
Segundo a Polícia Militar (PMMG), o motorista contou que estava dentro do coletivo aguardando o horário de início da viagem, marcado para 2 horas da madrugada, quando quatro suspeitos começaram a bater na porta do ônibus pedindo para abrir. Um dos homens estava armado com um facão. Pensando se tratar de um assalto, o motorista tentou ligar o veículo para fugir, mas foi impedido por um suspeito, que subiu na janela, colocou uma arma em sua cabeça e disse que se ele não abrisse iriam matá-lo.
O motorista abriu a porta e quatro homens entraram. Um deles disse que o grupo não iria atentar contra o trabalhador e pediu que ele pegasse seus pertences e saísse do ônibus. Em seguida, eles espalharam um líquido inflamável e atearam fogo no coletivo. Antes de fugir, os suspeitos ainda deixaram um bilhete e pediram que ele entregasse à PM.
No bilhete, os suspeitos denunciam suposto maus-tratos e falta de atendimento médico a detentos custodiados no Complexo Penitenciário Público-Privado (CPPP) em Ribeirão das Neves. No texto, eles afirmam que um preso morreu por falta de atendimento, cobram a preservação dos direitos dos apenados e ameaçam “consequências mais graves” caso o problema não seja resolvido.
Equipes dos bombeiros foram acionadas para o combate às chamas e apagaram o fogo. O coletivo foi completamente queimado. Três carros que estavam estacionados ao redor sofreram danos devido ao calor do incêndio. A Polícia Civil (PCMG) vai investigar o caso.
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) disse ter ciência do fato e acompanha os desdobramentos da ocorrência. “Por ora, não é possível afirmar que o ocorrido tenha relação com o sistema prisional de Minas Gerais”, informou.
Segundo a pasta, não procedem as denúncias dos suspeitos. “Por força de contrato, a equipe médica do Complexo Penal Público Privado (CPPP) é completa, composta por médicos, psicólogos, psiquiatra, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Em casos mais complexos, os detentos são encaminhados para a rede pública de saúde”, garantiu.
Fonte: O Tempo